Bolsonaro anuncia que o Brasil pode sofrer desabastecimento de alimento em 2022
Crise energética na China está afetando produção de fertilizantes
Amazonas pode salvar o País se a exploração de potássio for liberada
Deputado Fausto Jr. diz que vai propor uma força tarefa para destravar a cadeia produtiva
Excessos de leis ambientais afasta investimentos na região
Vestígios de cerâmica indígena faz MPF paralisar obras em porto e Amazonas perde R$ 10 bilhões (não é piada)
Fome à vista
Não bastasse a crise sanitária que assolou o Brasil e o mundo por conta do coronavírus, o desabastecimento de alimentos pode ser um novo problema para o País a partir do ano que vem. A má notícia foi dada por Jair Bolsonaro (sem partido) na última quinta-feira (7).
O cenário, segundo o presidente da República, está relacionado à crise energética na China e seu impacto sobre a produção de um insumo básico para o agronegócio, o fertilizante.
“Eu vou avisar um ano antes: por questão de crise energética, a China começou a produzir menos fertilizantes. Já aumentou de preço, vai aumentar mais e vai faltar. A cada cinco pratos de comida no mundo, um sai do Brasil. Vamos ter problemas de abastecimento ano que vem”, declarou.
Dependência mútua
A relação Brasil e China nesse quesito é de dependência mútua. O país asiático precisa da proteína e da soja produzidas aqui e nós precisamos dos fertilizantes que vêm de lá.
Para se ter uma ideia, Brasil é o segundo maior importador do adubo com 11 milhões de toneladas anuais e 70% de todo o fertilizante utilizado no País é importado.
Solução é o Amazonas
Esse insumo é composto por sais de potássio, fósforo e nitrogênio e o Amazonas tem uma das maiores reservas de silvinita (uma rocha sedimentar formada por cloreto de potássio) do mundo.
Segundo dados da “Avaliação do Potencial de Potássio no Brasil” do Repositório Institucional de Geociência, os municípios de Nova Olinda do Norte, Autazes e Itacoatiara têm reservas em torno de 3,2 bilhões de toneladas do minério.
Ou seja, a solução para a iminente escassez de fertilizantes, que são fundamentais para o agronegócio do Brasil, e para evitar a falta de alimento no prato dos brasileiros está no Amazonas.
Militância ambiental
No entanto, o que poderia ser uma solução tem se tornando uma tremenda dor de cabeça para quem deseja investir nesse negócio.
O excesso de leis ambientais e a sua rigidez, além da militância ambiental tem sido uma união letal à exploração de minério na região.
O motivo é que as perfurações para extração de potássio em Autazes, por exemplo, são feitas em áreas próximas a reservas indígenas e, recentemente, comunidades locais alegaram que as terras exploradas – mesmo que não demarcadas – são vitais para a caça e outros meios de subsistência.
Investimento parado
Para se ter uma ideia da dificuldade encontrada, o empresário Jaime Benchimol – que é integrante do projeto silvinita de Autazes – informou que um grupo canadense especializado em organizar empresas de mineração investiu US$ 200 milhões, mas esbarrou em cerca de 70 exigências, das mais diversas, que praticamente enterraram o projeto.
As obras pararam e o Amazonas deixou de receber US$ 2 bilhões em investimentos, além dos empregos que o investimento iria gerar.
Cerâmica indígena
A construção de um porto em Autazes estava entre os investimentos previstos pelo grupo que iria explorar o minério no município. Porém, embora aprovada pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), a obra foi interrompida por decisão do Ministério Público Federal (MPF), por ter sido encontrado no local vestígios de cerâmica indígena.
O MPF revogou a autorização já concedida por considerar a obra uma grave violação à memória de ancestrais das populações indígenas que em passado remoto ali habitaram. (não é piada)
Força tarefa
Diante desse cenário, o deputado estadual Fausto Jr (MDB) afirmou que buscará o Governo do Amazonas, Governo Federal e órgãos interessados para fazerem uma força tarefa no intuito de destravar o setor no Amazonas.
Segundo o parlamentar, além de salvar o Brasil do desabastecimento, do aumento no valor dos alimentos e da inflação, o setor vai gerar emprego e renda para o interior do Amazonas e garantir comida no prato dos brasileiros.
Impasse
No sábado (9), o presidente Bolsonaro voltou a abordar o assunto com o vice-presidente Hamilton Mourão.
Bolsonaro afirmou que uma solução para a falta de fertilizantes no mercado seria explorar potássio na foz do Rio Madeira, na Amazônia.
“Mas temos problema sério: passa por terra indígena”, disse, na cerimônia alusiva à 1ª Feira Brasileira do Nióbio, em Campinas (SP).
Boom na econômica
De acordo com o vice-presidente, existe uma grande mina de potássio a ser explorada na Amazônia, mas que estaria aguardando licenciamento por conta de comunidades indígenas dos arredores.
“Seria uma renda de R$ 10 bilhões por ano para o Estado do Amazonas, além de nos tornar autossuficientes no potássio, fonte de vários fertilizantes”, afirmou.
Até quando
Com a redução da importação do fertilizante, o insumo se tornará mais barato e acessível. Como o Brasil é uma potência agroambiental, atendendo boa parte do mundo com grãos, frutas, proteína animal, se tornar autossuficiente em fertilizante é uma questão de soberania nacional.
Por isso, a pergunta que fica é: até quando a população do Amazonas e do Brasil será ser penalizada por uma militância que joga contra o desenvolvimento da região?
A BR-319 até hoje está aí sem ser asfaltada e seguimos colhendo o amargo fruto dessa decisão, como o desabastecimento de oxigênio hospitalar durante a segunda onda da pandemia.
Exploração consciente
O Amazonas é uma das áreas mais ricas do mundo. E é possível se explorar de forma racional e sustentável.
Hoje a grande maioria da população indígena vive de maneira miserável. Com terras riquíssimas com grande potencial, mas sem poder gozar de dignidade, sem ter acesso à saúde, educação, renda, à oportunidade, à atividade econômica.
Essa é a realidade dessa população que vem sendo usada como massa de manobra por meia dúzia de supostos representantes, ONGs que arrecadam milhões em cima dessa população e a militância que usa esse discurso de apelo internacional em interesse e benefício próprio.
Os índios têm que ser integrados à sociedade, preservando suas crenças, tendo dignidade e direito a explorar suas terras e a royalties de exploração mineral. Além disso, podem e devem ajudar o país a se desenvolver de maneira sustentável.