FMT-HVD realiza workshop sobre assistência ao paciente portador de Tuberculose
A Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), unidade da Secretaria de Estado de Saúde (Susam), realiza, nesta quinta-feira (28/06), o “Workshop de Estruturação do Serviço de Assistência ao Paciente Portador de Tuberculose Droga Resistente (TB-DR) na FMT-HVD”. O principal objetivo é organizar a estrutura da unidade para o acompanhamento aos pacientes que desenvolvem resistência aos medicamentos tradicionalmente usados no tratamento da doença. Atualmente, esses pacientes são atendidos na Policlínica Cardoso Fontes e agora passarão a contar com o reforço da FMT.
O evento começa a partir de 8h30, no auditório da fundação, na avenida Pedro Teixeira, bairro Dom Pedro, zona centro-oeste. Entre os palestrantes do workshop estão especialistas da própria FMT-HVD, da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), da Policlínica Cardoso Fontes e do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz Rio de Janeiro).
Na ocasião, serão abordados temas como epidemiologia da TB-DR, recursos, diagnósticos, tratamento da Tuberculose Multidroga Residente (TB-MDR), Sistema de Informação de Tratamentos Especiais da Tuberculose (SITETB) e perspectivas de pesquisas em TB-DR na FMT.
A coordenadora do Programa Estadual de Controle da Tuberculose, Marlucia Garrido, da FVS-AM, explica que a ocorrência de tuberculose resistente a um, dois ou mais drogas (TB monorresistente, polirresistente e multirresistente), ainda não é alarmante, mas é preocupante no Amazonas, haja vista que os casos estão aumentando progressivamente.
Resistência – De acordo com ela, quando a pessoa desenvolve alguma resistência, não se cura mais em seis meses. O tratamento se prolonga por, no mínimo, 1 ano e 6 meses, e depende de um esquema mais complexo e oneroso com o uso de vários medicamentos, incluindo injetável, que pode trazer efeitos adversos mais graves. Além disso, a transmissão de bactéria resistente para pessoas sadias ocorre da mesma forma como se transmite a tuberculose sensível, ou seja, pela fala, tosse e espirro.
Garrido ressaltou que a necessidade de conciliar grande quantidade de medicamentos e em tempo maior, aumenta o risco de abandono do tratamento e de suas possíveis consequências. “Se já é difícil a pessoa fazer o tratamento durante seis meses, imagina por 1 ano e meio ou 2 anos? Cresce a taxa de abandono e, consequentemente, diminui a chance de cura, com risco de óbito”, afirmou.
Medicação – A forma de o paciente se prevenir contra as bactérias resistentes, segundo Marlucia Garrido, é tomar a medicação corretamente, todos os dias e na quantidade certa. “A tuberculose tem cura, desde que seja tratada adequadamente. O diagnóstico e o tratamento são gratuitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, destacou.
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e sistemas. Tem como principal sintoma a tosse, na forma seca ou produtiva.
Casos – No ano passado, foram diagnosticado 3.081 novos casos da doença no Amazonas. Destes, 35 apresentaram monorresistência a Rifampicina e 9 casos de TB multirresistente a pelo menos dois medicamentos que são fundamentais ao tratamento – a Isoniazida e a Rifampicina. Atualmente, 73 casos de pacientes multirresistentes estão sendo tratados na Policlínica Cardoso Fontes.
O “Workshop de Estruturação do Serviço de Assistência ao Paciente Portador de Tuberculose Droga Resistente na FMT-HVD” é realizado pela instituição em conjunto com a Coordenação do Programa Estadual de Controle da Tuberculose e a Policlínica Cardoso Fontes.