José Ricardo propõe Audiência Pública para debater a ZFM
Diante de constantes ameaças ao Polo Industrial de Manaus (PIM), como o recente anúncio da saída de uma grande empresa multinacional do Polo de Refrigerantes e da recente medida do presidente Temer, de reduzir as alíquotas para o setor de concentrados para refrigerantes, o deputado José Ricardo (PT) pronunciou-se nesta terça-feira (4) no Pequeno Expediente da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) sobre essa atual realidade, vista com preocupação. Por isso, irá propor que as Comissões de Indústria, Comércio Exterior e Mercosul e de Ciência e Tecnologia, Comunicação, Informática e Inovação da Assembleia realizem Audiência Pública na Casa para debater a Zona Franca de Manaus (ZFM) e seus impactos com a saída de empresas da cidade.
O setor de bebidas tem grande representação no faturamento do Polo Industrial de Manaus. Somente no ano passado, girou em torno de R$ 50 bilhões entre as mais de 20 empresas. Já o setor de concentrados, que se utiliza da cadeia produtiva local de matérias-primas regionais, teve faturamento de quase R$ 9 bilhões. “E na hora que uma empresa desse porte (Pepsi) sai de Manaus, se a razão for a redução ou o fim das vantagens comparativas, é motivo de muita preocupação. Porque isso pode ensejar na saída de outras empresas para mais próximas dos grandes centros urbanos. O que, consequentemente, resulta na diminuição da arrecadação estadual, hoje totalmente dependente da Zona Franca”, declarou José Ricardo.
Para ele, todos os poderes públicos, inclusive, Judiciário, Tribunal de Contas e Ministério Público, além do empresariado local, devem estar discutindo essa questão. “Vamos discutir o Orçamento do Estado e deveria haver envolvimento maior dos outros poderes. Quando a arrecadação diminui, isso afeta a todos. Implica em menos recursos, mais desemprego e afeta diretamente na aplicação dos serviços públicos, ou seja, toda a população do Estado”, destacou o parlamentar, ressaltando que, infelizmente, não se desenvolveu outros projetos ou setores da economia num porte que pudesse sustentar o Estado, independente dessas alterações de legislações federais, estaduais em relação à Zona Franca.