‘soa até ridículo’ diz Alessandra Campelo sobre cortes na saúde
A deputada estadual Alessandra Campêlo (PMDB) disse que “soa até ridículo” a proposta do Governo de cortar R$ 332 milhões da saúde no orçamento de 2017. A proposta da Lei Orçamentária Anual (LOA) começou a tramitar na Assembleia Legislativa e prevê 15% a menos de recursos para a Secretaria de Estado da Saúde (Susam).
Principal parlamentar na luta contra o caos que toma conta do sistema público de saúde no Estado, Alessandra subiu o tom em seu pronunciamento na sessão desta terça-feira, 8 de novembro.
“Muito me espanta, muito me admira o Governo do Estado sabendo o caos que vive a saúde no Amazonas hoje, sabendo a situação de falta de atendimento, falta de medicamentos, falta de pagamento de funcionários, enviar uma Lei Orçamentária Anual onde é cortado da saúde mais de R$ 300 milhões. Soa até ridículo essa proposta do Governo”, disparou a deputada oposicionista.
Em 2016, a Susam contou com R$ 2,197 bilhões, valor que deve cair para R$ 1,865 bilhão no próximo ano. São R$ 332 milhões a menos, sem contar a inflação, de cerca de R$ 6%. Em contraponto aos cortes na saúde, o Governo propõe um aumento da ordem de 10% numa pasta burocrática, a Secretaria de Estado de Administração e Gestão (Sead), que deve passar de R$ 1,819 bilhão (2016) para R$ 2,003 bilhões (2017).
“Ao mesmo tempo em que tira recursos da saúde, o Governo presenteia a secretaria cujo titular é irmão do governador (Evandro Melo, titular da Sead). O governador tira R$ 300 milhões da saúde e coloca R$ 200 milhões a mais na secretaria que o irmão dele administra. Isso é uma coisa sem cabimento, é uma falta de respeito com o povo do Amazonas”, criticou a deputada do PMDB.
Alessandra propôs a convocação dos técnicos do Governo para explicarem em audiência pública na Casa Legislativa os cortes previstos no orçamento de 2017. Nem mesmo a pasta de Esportes, Lazer e Juventude (Sejel) escapou da “tesoura” da equipe do governador José Melo, caindo de R$ 39 milhões (2016) para R$ 25 milhões (2017) – uma perda de 34% do orçamento.
“É um verdadeiro absurdo. Tirar dinheiro do esporte não vai resolver o problema econômico do Estado, mas com certeza vai causar muitos prejuízos ao esporte comunitário e aos atletas do alto rendimento”, concluiu Alessandra.